segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Persona

Cansei-me de ser Julieta, Emília, Desdêmona. Cansei-me de ser Jocasta, Catarina, Bianca. Cansei-me de ser Madalena. Cansei-me de ser Fedra.
Tentaram me adaptar e me fazer muito Capitu: não quero! Nem Sancha, nem Marcela, nem Virgília! Nem mesmo Helena.
Cansei-me! Também não me venham com Luísa, nem Emma Bovary.
Não estou para nada, nem trágica, nem dramática, não romântica, nem realista.
Desta vez quero ser quem desconheço, quem nunca ouvi, nem vi, não conheço, nem nunca conheci. Desta vez quero ser anônima, quero ser a personagem que eu mesma hei de inventar e tornar real. Desta vez, nada de máscaras. Desta vez, e para sempre, talvez, quero ser muito mais complicada e, paradoxalmente, simples, do que todas essas mencionadas. Desta vez quero ser a mais famosa e anônima de todas as personagens que já vivi, e hei de viver. Desta vez quero ser, apenas, eu mesma: me descobrindo, me estudando, me atuando. Simplesmente eu.

sábado, 18 de setembro de 2010

Mar

Sabe... Não sei até quando isso vai durar.
Não sei quanto tempo dura uma dúvida.
Pensei que você fosse água corrida,
Que já não há mais chance de voltar.
Enganei-me.
Você não é água corrida, você é presente.
Eu o vejo e me lembro de nós dois,
De músicas,
De dança,
De olhares furtivos,
E tentativa de antipatia,
Que não deu certo.
Lembrei-me de quando me perdi em sorrisos,
Sorrisos e olhares amáveis,
Dirigidos a você.
Nada mais de água corrida,
Muito de mar...
Muito de mar em
Você que me inunda, que me afoga,
Por inteiro.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Xeque-mate

O que eu quis, há muito, foi esquecido...
Não me embriago mais em seus olhos.
Não sou mais dependente da sua droga,
Não o vejo mais príncipe, o vejo sapo.
Não tenho mais crise de abstinência
Dos seus abraços,
Nem crio fantasias,
Nem sonhos ultra-românticos – com você.
Seu xadrez, foi perdido,
Você tentou roubar,
(Pois eu não sabia jogar esse seu jogo,
Mas aprendi)
Mas fui eu que consegui fazer
Xeque-mate!
Xeque-mate, afinal!
Derrubei você – rei – e a sua torre,
E você todo príncipe-rei,
Virou sapo, caindo da sua torre,
E perdendo seu próprio jogo.
Quem mandou jogar com meu amor?
Eu não estou mais ferida.
Não restam mais sonhos,
Mais contos-de-fada, mais xadrez.
Não resta mais nada do amor
Que eu sentia por você,
Você mesmo pôs tudo a perder!
Nem adianta, agora, me pedir perdão.
Também não sobrou em mim
Nada desse vício que você representou.

Retorno

Depois de meses longe do blog, voltei, voltei para ficar, digo, para postar. Durante o tempo em que eu não postei nada, não deixei de escrever, por isso, tenho muitos textos para colocar no blog. Espero que todos gostem.