domingo, 30 de janeiro de 2011

Uni-verso

Não falo inglês, não, menino.
O meu sentimento é genuíno
E simples,
Como canção de uma só nota.
Pois para entender o coração
Não é preciso ser poliglota.
O corpo fala por si mesmo:
Coração aos tropeços,
Mãos que se tornam cachoeiras,
Vastos sorrisos,
E olhares imprecisos,
Pernas bambas,
E um jeito tão sem jeito,
Perto de quem se ama.
E sentimento bonito assim
No mundo inteiro é igual,
Não é preciso tradução,
Pois a linguagem do amor é universal.
Em qualquer lugar do planeta,
Quando se vê tudo azul,
Não é preciso saber inglês
Para dizer “I love you”.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

É inverno...

É inverno.
Eu gostaria de falar sobre a primavera,
Mas [ainda] é inverno.
É inverno toda vez que ouço
Suas palavras mudas...
Suas palavras mais mudas
Do que o meu silêncio.
É inverno toda vez
Que as minhas palavras me sufocam,
Cortam minha garganta, e causam dor.
É inverno toda vez
Que o seu retrato me olha
Dentro do meu quarto,
Eu o beijo e ele não me diz nada.
É inverno toda vez que eu o vejo
E você dá mais atenção ao celular
Do que ao meu amor.
E isso vira bola,
E isso me embola,
E você me ignora...
E já não é de agora.
E isso corta, machuca, fere, sangra...
E a imagem na parede ainda canta
A sua música que virou minha,
E virou hino de amor e dor.
E as palavras correm
Pelo papel em branco,
E elas só contam de você.
E eu queria esquecê-lo,
Mas está tão difícil!
E eu não achei que fosse,
Eu não sabia,
Que sempre foi amor.
Ainda é inverno...
Só é primavera com você.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sonhos de infância

As folhas secas batem na janela,
O vento rodopia no ar,
Baila,
Gira feito bailarina.
As frutas no alto da árvore
Querem fazer chover:
Cair... Cair...
Tudo me faz lembrar você
E você já não está mais aqui.
Sinto o doce das cenas
De que me recordo lentamente,
Ouço o silêncio inocente
De dois corações
Que batiam no compasso da canção.
Sinto o sabor de um beijo
Que nunca aconteceu;
E esse sentimento...
De um desejo sem maldade,
Quase infantil...
Danço sozinha,
A dança que você me prometeu;
Toco suas mãos,
Que estão tão longe de mim;
Brinco com seus cabelos,
Enlaço-os por entre meus dedos,
E seus cabelos fogem-me
No vento de outono.
Vem o sono
Trazer-me sonhos pueris;
Sonho com você
Um amor sem mistério,
Um amor doce,
Um amor silencioso e barulhento,
De segredos, de murmúrios e risada,
Amor de fundo de quintal
Perto do pomar.
Você não está mais aqui.
Onde posso encontrar
Você?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vontade de você

Eis que bateu uma vontade “donada” e danada de pipoca. Bateu uma vontade danada de filme. Bateu uma vontade danadíssima de você. Vontade louca, vontade doida, vontade doída. E fico louca de vontade de você. E você tão longe, que me deixa sem ar. Eu preciso de muito mais do que, somente, lembranças, cartas e fotografia. Cartão-postal não mata saudade. PRECISO MUITO DE PRESENÇA. Perco as palavras. Volta logo da Inglaterra! Quefaçoagora? What do I do now without you here with me?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Alívio

Depois que tudo se derramou em palavras, aparentemente, insanas, me senti incrivelmente leve. Voei. Voei para um presente que não vivia, por estar imersa num passado perturbador. Depois de vomitar a bola de palavras que me sufocava, presa na garganta, me senti bem. Eu sei que você não gostou nem um pouco, mas a culpa é sua: você me causa náuseas. Aliviada.